O produtor português Paulo Branco contou à CNN Portugal que David Lynch veio a Portugal em 2007, depois de um convite seu, que o levou a participar na primeira edição do Festival de Cinema do Estoril. Lynch estudou pintura e começou com as primeiras curtas-metragens nos anos 60, incluindo Six Men Sick, uma sequência de vários homens a vomitar. Surrealista, provocador, realizou "Eraserhead," em 1977 e, três anos depois "O Homem Elefante", o que lhe valeu uma nomeação aos Óscares.
Nos anos 80, "Dune" leva-nos ao universo da ficção científica e "Veludo Azul" torna-se numa das obras mais importantes do cineasta. O filme expõe os tabus e os vícios de uma América puritana escondida nos subúrbios. O filme vale-lhe uma nova nomeação aos Óscares, em 1987.
Na década de 1990, "Um Coração Selvagem" dá-lhe uma Palma de Ouro em Cannes. Com "Estrada Perdida," Lynch volta ao suspense surrealista com a história de Fred Madison, um saxofonista que vive um pesadelo real por um crime que não sabe se cometeu.
Na viragem do século, "Mulholland Drive" (2001), leva-o, mais uma vez, à trajetória do êxito em Cannes, ao vencer o Prémio de Melhor Realizador. A história de Betty, que tenta o sonho cinematográfico americano na cidade de Los Angeles e cuja vida se cruza com a de uma mulher que sofre de amnésia depois de um acidente de carro.
Em televisão, Lynch é um dos autores da série de culto dos anos 90. "Twin Peaks", com apenas duas temporadas - regressaria aos ecrãs para uma terceira, mais de 20 anos depois - é um concentrado dos elementos que caracterizam a obra deixada pelo cineasta. O surrealismo, o suspense, a abordagem crua da existência humana caídas as máscaras do controlo social.