Há uns anos, éramos os estranhos. Os que se levantavam às 5 da manhã para passar o dia na praia, longe das coisas normais, correndo riscos, faltando a aulas, namoradas e namorados, a almoços de família, e até ao trabalho para estar junto do mar. Agora, estamos em todo o lado. Infiltram-nos nas fileiras das empresas. Somos o vizinho de cima que também é músico e o de baixo que é pintor. Somos aquele primo, que é mesmo só surfista mas, agora, é atleta de alta competição, e treina e come e vive para ir às olimpíadas. O surf chega a todo o lado. Mas, em todas estas pessoas tão diferentes, com sonhos e paixões tão diversas, haverá ainda o denominador comum de antes? Seremos ainda uma tribo de estranhos? O meu nome é João Kopke e tenho muitas paixões. Mas, acima de tudo, sou um surfista. E, nesta série, quero explorar as vidas tão diferentes dos surfistas de hoje em dia. Mas, também, quero entender o que é igual e o que une todos esse que chamam o mar de casa. Nesse processo, vamos entrar na vida e na cultura daqueles com quem falamos. As paisagens, os segredos, os recantos, as comidas e as ondas que compõem as suas vidas. Vamos ver com quem eles os partilham, do local à nova grom. E vamos entender, no final, onde se encontram as paixões destas pessoas tão diferentes, mas tão iguais.