Neste episódio
Esta é uma das cenas mais emblemáticas do não menos emblemático Matrix.
Ali atrás, o Neo estava a aprender coisas porque lhe estão a meter a informação directamente na cabeça - é uma espécie de upload para o nosso disco rígido.
A ideia já vem (que me lembre) dos livros de ficção científica cyberpunk do William Gibson.
Mas diz que agora estamos à beira de a pôr em prática...
Há uma equipa de cientistas da Califórnia que garante que tem maneira de nos meter informação dentro da cabeça, para conseguirmos aprender de facto "coisas" num curto espaço de tempo. É o Matrix, mesmo! - mas em menor escala.
Na prática, eles pegaram num piloto de avião, enfiaram-no dentro de um simulador, e copiaram os sinais eléctricos da cabeça dele.
A seguir puseram o capacete na cabeça de uns quantos estudantes, uns rookies, a aprender a pilotar, e deixaram-nos a brincar com o mesmo simulador.
Ora, diz que os estudantes que levaram com estes sinais eléctricos aprenderam a pilotar 33 por cento mais depressa... que outros estudantes que faziam parte de um grupo placebo, e que na verdade não apanharam com sinais eléctricos nenhuns.
Os investigadores chamam a isto "estimulação cerebral"... e dizem que aquilo que fazem é acelerar a "neuroplasticidade" do cérebro, a forma *física* como o cérebro vai estabelecendo sinapses, e se adapta aos conhecimentos que vai metendo lá dentro.
Em teoria, esta "estimulação cerebral" serve nomeadamente para coisas que impliquem memória e os circuitos da fala, como preparar um exame, aprender a conduzir, ou linguas estrangeiras, por exemplo. O que convenhamos, dá muito jeito em termos comerciais...
Diz que não é nada de novo, porque já os egípcios usavam enguias eléctricas há 4 mil anos, para estimular o cérebro e combater as dores.
Por mim, parece-me um bocadinho aquela cena das pulseiras magnéticas. E portanto vou esperar para ver... sentado, e de preferência sem nada na cabeça.
Sobre «NXT - O próximo passo»
Mas mais do que computadores e gadgets e até entretenimento (que também por aqui passam), «NXT» aposta na Ecologia e na Sustentabilidade, na investigação nos confins do Espaço e na profundeza dos Oceanos, nas mais recentes invenções e descobertas na área da Saúde, em tudo aquilo que nos surpreenda e faça reflectir sobre o quanto o Homem evoluíu e se ultrapassou.
Nas palavras do jornalista Paulo Bastos, que conduz este «NXT», «É feel good television. É uma estranha e inabalável fé num «Admirável Mundo Novo», muito longe das negras previsões de Aldous Huxley. Ou, se quiserem, «O Futuro já não é o que era». No bom sentido.»
Por isso mesmo, aqui cabe quase tudo... Com cartões de crédito mais seguros, viagens sem malas perdidas, baterias desdobráveis, tesouras capazes de cortar sempre a direito, papel à prova de água. Lutando contra a Malária, o Alzheimer, o Parkinson, o Autismo, as alergias. Documentando espantosas recuperações de lesões desportivas e doenças trágicas.
Bombeiros que recorrem à Realidade Virtual, lado a lado com o regime que era seguido pelos homens das cavernas (que eram gulosos). Pulmões e rins criados em laboratório, ossos de substituição a partir de células estaminais. Cirurgia assistida com hologramas. Aparelhos dentários sem arames. Lentes de contato «inteligentes». «Robots» com pele. Cetonas. Grafeno. Biogás. Levitação com ondas sonoras, naves espaciais construídas em casa, drones que velam pela vida selvagem.
A vida das formigas e das abelhas, as riscas das zebras, as estratégias de voo dos falcões, ou «porque voam os pássaros em «V»». Espécies desconhecidas nos mares da Antárctica. Mudanças climáticas. «Brain games» e ilusões de óptica. Jogos.
Semanalmente, Paulo Bastos traz-nos novas realidades, recentes descobertas, nacionais e internacionais, de África à América Latina, da Europa à Antárctica, fora do circuito habitual da Informação, no estilo acessível que todos lhe reconhecem e a análise crítica mais ou menos
subtil, mais ou menos descarada, que tanto o caracteriza.
«NXT» enquadra o Passado no Presente, para nos deixar adivinhar quanto pode mudar o Futuro. Que é como quem diz, «já».
