Quatro irmãs solteiras, filhas de António Garrido, um rico empresário português de 65 anos que se estabeleceu há longos anos na Venezuela, onde tem interesses na extracção de diamantes.
A história começa na Venezuela, na época actual. Luísa, Susana, Zé e Benedita esperam o pai, quando ouvem a notícia no telejornal: uma tremenda explosão numa mina, deixou soterradas algumas dezenas de mineiros e o proprietário, o português António Garrido. A notícia da sua morte confirma-se com o passar dos dias e as operações de salvamento terminam.. No entanto, o corpo de António nunca foi encontrado.
As quatro irmãs dependem agora exclusivamente de si mesmas. Dos negócios do pai pouco sabiam. António sempre fora um homem fechado e enigmático, características que se acentuaram com a morte da mulher. Tinha longas ausências, sempre explicadas pelas viagens de negócios à Europa e aos Estados Unidos. A mina de diamantes, a sua principal fonte de rendimentos, ficou destruída com a explosão. Da fortuna que se supunha possuir, nada resta. Os advogados explicam que todo o dinheiro teria sido investido em negócios, entretanto comprometidos pela instável situação no país e pelas últimas grandes cheias, que arruinaram a produção agrícola. António deixou atrás de si empresas falidas, um monte de dívidas e quatro filhas abandonadas à sua sorte.
A situação na Venezuela está complicada, é difícil arranjar emprego, sobretudo para quem, como as quatro irmãs, nada sabe fazer. Até agora, nunca tinham precisado de trabalhar. A própria casa deixam de a conseguir manter, pois está hipotecada. Sem dinheiro e sem apoios, as quatro irmãs sentem-se perdidas e a terra onde nasceram já não as quer.
No meio do desespero, é uma herança esquecida que aparece como salvação. É uma velha casa no Bairro Stº António, um bairro típico, em Lisboa, que ficou na família após a morte de uma tia solteira, irmã da mãe. Ninguém faz ideia de como será Portugal, ou Lisboa, muito menos o Bairro Stº António.
Partir não é uma decisão fácil. Nada as liga a Portugal. Não têm lá família próxima, nem conhecem o país. Luísa terá que deixar Miguel. O estado de saúde de Benedita desaconselha mudanças bruscas. Susana, que nunca gostou da Venezuela, acha que Portugal é uma terra sem oportunidades e advoga a escolha de outro destino. Só Zé como sempre, está disposta a partir à descoberta de uma vida nova.