25 abr 2022
O Search and Rescue Squad foi a primeira equipa internacional convidada pela Ucrânia para prestar auxílio em Kiev. O comandante de bombeiros português Carlos Herrera foi um dos elementos desta força de resgate que, entre outros locais, atuou em Bucha, a cidade palco de um dos maiores massacres da guerra desde o início da invasão russa, e no Aeroporto Antonov.
“Era um plano de completa destruição. Realizámos buscas e resgates, mas, neste caso, o que fizemos mais foi recuperações de cadáveres”, explica o comandante português.
Carlos Herrera explica que a missão humanitária entrou em Bucha só após a retirada russa e testemunhou o cenário do massacre que tem sido noticiado pela imprensa internacional.
O bombeiro relata que a equipa não se deparou com nenhuma vala comum, mas que recuperou vários cadáveres com sinais de tortura, em zonas residenciais.
“Não vimos valas comuns. O que vimos foram complexos residenciais completamente destruídos e várias vítimas debaixo dos escombros, também com sinais de… [-Tortura?] Sim, pode-se dizer que sim”, relata.
Carlos Herrera diz que esta experiência “foi muito emocionante”, lembrando que, em todos os sítios onde estiveram, foram sempre “recebidos de mãos abertas” pelos cidadãos ucranianos. Hospitalidade que, o comandante, diz contrastar com a necessidade de auxílio, por parte de um povo que perdeu “as suas casas e sem os seus bens”.
O comandante português esteve este domingo na CNN Portugal, onde descreveu o cenário de destruição que assola a Ucrânia.