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Grande parte dos refugiados que chegam a Portugal são mulheres e crianças mas há também homens entre os acolhidos. A CNN conversou com um ucraniano que conseguiu dispensa militar devido a um problema de saúde e chegou a Portugal este fim de semana a bordo de um voo humanitário da EuroAtlantic Airways.
Serhii Hladenkyy é dos poucos homens nesta sala de embarque no aeroporto de Lublin na Polónia. Tenta adormecer o filho de cinco meses. “Estes não têm culpa nenhuma mas têm de passar por isso tudo”, lamenta.
Conseguiu dispensa militar devido a um problema na visão e foi autorizado a acompanhar a família desde a Polónia até Portugal. “Apresentei os papéis na fronteira e deixaram-me passar.”
Viveu em Portugal quase vinte anos. Pouco antes da pandemia regressou a casa, a Kiev e nunca imaginou ter de voltar a fazer as malas dois anos depois.
“Isso é muito complicado. Essa vida não é grande coisa”, afirma. Confessa estar nervoso. Só vai descansar quando chegar a Portugal.
A mulher, Natalia Savvina, brinca com a filha mais velha do casal. Já esteve em Portugal de visita ao marido. Lembra-se do oceano e das paisagens mas não sabe como será viver em Portugal.
Decidiram fugir no dia da invasão russa à Ucrânia. Ouviram os bombardeamentos e começaram a fazer as malas.
“Pegamos nos documentos, medicamentos e alguma roupa. Toda a gente tem uma pasta em casa com os documentos principais em casa. Agarramos nessa pasta, pusemos na mala e pronto”, conta Serhii. Natalia decidiu que pôs os brincos e outras peças de ouro. “Porque ouro é ouro”.
Estiveram na estrada durante dois dias, através de estradas paralelas e não encontraram tropas russas. Chegaram em segurança à Polónia e ficaram algumas semanas em Cracóvia.
Conseguiram lugar a bordo de um voo humanitário da EuroAtlantic Airways que chegou a Lisboa este fim-de-semana com 237 refugiados, incluindo 84 crianças. “Agora já está quase a acabar. Já não vai ser preciso olhar para todo o lado, quando soam as sirenes.”
Depois de aterrar em Lisboa, seguiram viagem até Fátima. Foi lá que Serhii trabalhou numa fábrica de cerâmica. Apesar do regresso inesperado, conta ir bater >á porta do antigo patrão para saber se precisam de ajuda na fábrica.
“Por mim, fico lá porque já vivi lá muito tempo e eu gostei. Mas a minha mulher não estava. Por isso a gente vai experimentar.”.
Agora é esperar que a guerra termine mas, para esta família, o mais importante é que não ficou ninguém para trás.
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