Dias Felizes
Ana e Miguel desembarcam no aeroporto da Madeira. Dois perfeitos desconhecidos, longe de imaginarem as trágicas circunstâncias que farão com que as suas vidas se cruzem.
Ana viaja para o Funchal para identificar o corpo do pai, António, que foi vítima de um acidente. António era um empresário de sucesso e um homem devotado à família. Casado há mais de quarenta anos com Helena, nunca se lhes ouvira uma discussão. Eram um modelo de felicidade e harmonia. António tinha com Ana uma relação muito próxima, era o seu ídolo. Ana procurava seguir-lhe o exemplo, inclusive no seu casamento com Paulo.
Miguel viaja para o Funchal por uma razão semelhante à de Ana. A sua mãe, Beatriz, também faleceu recentemente num acidente. Miguel é um professor de português mal pago que luta com dificuldades financeiras desde que a mulher, Teresa, ficou desempregada.
Por coincidência, Ana e Miguel ficam instalados no mesmo hotel. E, no dia seguinte, cruzam-se na morgue. Imersos no seu desgosto, entreolham-se sem se falarem.
A explicação que é dada pela polícia sobre o acidente de António não satisfaz Ana, que decidida a apurar a verdade, visita o local do acidente. Estranhamente, encontra Miguel e fica a saber que Beatriz também morreu naquele sítio. Os dois conversam sobre os respectivos pais e sobre o modelo que representavam para ambos. Regressam depois a Lisboa, convencidos de que não tornarão a encontrar-se.
Mas quando voltam à Madeira para os funerais, são confrontados com a chocante revelação. António e Beatriz não só faleceram no mesmo acidente como estavam hospedados no mesmo quarto de hotel. Casados e aparentemente felizes, tinham um romance do qual ninguém suspeitava. As circunstâncias desse romance e as suas consequências irão abalar a vida de Ana e Miguel, como nada até aí o fizera.