29 jun 2022
“Não tenho nenhuma relação ideológica com a Prozis. A Prozis nunca me proibiu de dizer aquilo que eu penso. Aliás, o Miguel Milhão, se não sabia ficou a saber, tem uma ativista política com ideias completamente diversas das dele. Não me despediu a mim por isso nem eu o vou despedir por isso”, defende Joana Amaral Dias, embaixadora desta marca de produtos alimentares para desporto, na sequência das declarações do seu fundador, Miguel Milhão, que é contra o direito ao aborto.
A psicóloga e comentadora da TVI, diz-se “nos antípodas” das posições de Miguel Milhão, mas considera que opiniões são opiniões. “As pessoas têm o direito de desvincular-se da marca como o Miguel tem direito à opinião dele”, esclareceu no programa “Esta Manhã”.
“O que tenho é uma postura analítica sobre o que se passa”, diz, acusando alguns influencers de hipocrisia. “Muitas das pessoas que são influencers, embaixadores e representantes de marcas não se preocupam em saber quem são os CEO das grandes empresas mundiais. Algumas das suas posições foram tornadas públicas sem que ninguém se importasse”, afirma.
A psicóloga e comentadora da CNN Portugal usou ainda o exemplo de Boris Johnson, que numa entrevista a uma televisão alemã, e citado pelo jornal The Guardian, disse que se o líder da Rússia fosse uma mulher a invasão da Ucrânia não teria acontecido. “Isso sim acho insustentável. Desta posição é que as pessoas se deviam desvincular e não do Miguel Milhão, que tem uma empresa de produtos desportivos, porque o Boris Johnson é primeiro-ministro e introduzir este estereótipo de género é insustentável.”
Miguel Milhão partilhou nas suas redes sociais ser contra o direito ao aborto e e a favor da decisão do Supremo Tribunal dos EUA.
Esta terça-feira, enquanto as redes sociais comentavam amplamente as palavras do fundador da Prozis e se sucediam os vídeos em que os influencers se afastavam desta posição, Joana Amaral Dias fez publicidade à marca. Garante que sabia o que ia ser criticada por fazê-lo, mas que mantém a sua posição.