6 mar 2025
Autor: Carla Anes
No «Dois às 10», Sara partilha a sua dolorosa experiência de infância, marcada pela ida para uma instituição após a morte da mãe. O pai, alegando razões de trabalho no estrangeiro, colocou-a lá, uma justificação que Sara questiona até hoje. «Nunca soube se efetivamente ele ia ou se foi só uma maneira mais bonita de me fazer acreditar que ir para ali era a única solução», confessa. A adaptação foi difícil, longe da liberdade e do ambiente familiar a que estava habituada. A instituição, com 43 crianças, era um mundo de confusão. Sara recorda com tristeza os momentos em que chorava ao telefone, implorando ao pai para a buscar: «Sim, não queria estar lá». As visitas, inicialmente um momento feliz na semana, tornaram-se cada vez mais espaçadas, levando a um sentimento de abandono. Sara sentiu-se verdadeiramente sozinha ao sair da instituição, confrontada com a solidão após estar rodeada de pessoas. Apesar das dificuldades, reconhece que havia apoio na instituição, embora limitado pela falta de funcionários.
Sara fala da complexa relação com o pai após a sua saída da instituição onde cresceu. Apesar de ele a ter procurado e expressado o desejo de ser perdoado, Sara sentiu que a reaproximação não era saudável para si. «Ainda permiti uma aproximação, ainda tentei ali tempo, mas depois lá está, as coisas começaram outra vez a ficar meio tensas e eu aí fui eu que tomei a iniciativa de cortar relações porque não estava a ser bom para ti», explica. A jovem revela que a instabilidade emocional causada pelas interações com o pai a levou a tomar a difícil decisão de se afastar. Sara partilha a dor de sentir o pai vivo, mas ausente, e a sensação de que já não há nada a dizer. Apesar de tudo, Sara demonstra força e resiliência ao seguir em frente, focada no seu bem-estar e na construção de um futuro feliz.
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