8 mar 2023
Um adolescente portador de deficiência foi vítima de agressões na Escola Básica e Secundária de Santa Cruz, na Madeira. No pátio da instituição de ensino, o aluno de 13 anos, com défice cognitivo, gritou, chorou e suplicou para que parassem as agressões de que foi alvo da parte dos colegas. Em resposta, os maus-tratos continuaram sem que nenhum adulto colocasse fim à violência.
A encarregada de pessoal da escola, Tomásia Spínola, desvaloriza: “Fazemos tudo o que podemos, não temos é pessoal suficiente para andar atrás de cada miúdo”.
Mas, afinal, quem são os agressores deste aluno de 13 anos com défice cognitivo? Tomásia Spínola diz que se trata de “bons alunos, são alunos”: “Não armam problema com ninguém, nem são miúdos conflituosos, alguma coisa ele lhes fez porque eles estavam todos a brincar no campo”. Quando questionada se isso justifica os atos de violência exercidos sobre o aluno, responde "não" e admite que tanto os funcionários e como os alunos têm conhecimento de que este adolescente tem um défice cognitivo: “Tem sim senhora, nós sabemos”.
Tomásia Spínola transfere a causa do problema para a casa do aluno com dificuldades. “Entro cedo, o pai já está na taberna e o filho ficou em casa, fica sozinho em casa, toma a medicação sem comer e depois tem aqueles chiliques que lhe dá aqui na escola. Aquele miúdo não tem a educação e o acompanhamento necessário de que precisa.”
Contactado pela nossa reportagem, o presidente do conselho executivo não quis gravar declarações e diz que o caso está a ser analisado - e que vai agir em conformidade.